quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

INICIATIVA PRIVADA

Ontem, um leitor do Integração, questionou frase do comentário “Iniciativa Comunitária. Perguntou, porque o argumento – “a iniciativa privada é que tem mantido o crescimento urbano”. Temos afirmado constantemente que expomos nossas opiniões, sem a pretensão de sermos os donos da verdade. Isto deixamos para outros, que gostam deste rótulo.
A “iniciativa privada” consiste nas pessoas físicas e jurídicas que, agindo legalmente, exercem atividades na sociedade. Estas atividades podem ser econômicas, financeiras, educacionais, sociais, filantrópicas culturais, esportivas, assistenciais. Não são diferentes das exercidas pelo poder público. Os recursos têm origem diferente. O poder público cobra impostos, taxas, tarifas, da sociedade. Tem o objetivo de retornar estes impostos em obras e serviços. Isto nem sempre acontece. Aliás, no Brasil, não é preciso nem comentar.
A iniciativa privada é o povo. É a nação. Somos todos nós, que trabalhamos para sobreviver. De acordo com a nossa maior ou menor capacidade de “tocar a vida”, conseguimos juntar bens e patrimônio. É evidente que, para tanto, necessitamos realizar investimentos, que vão gerar empregos e bens. Surge o lucro que é reaplicado, gerando a atividade econômica.
A base de tudo é o núcleo familiar. Na família, “célula mater da sociedade”, está o princípio de tudo. Sem sua estruturação, nada é possível. Com o “trabalho” dos seus membros apoiados no alicerce moral do lar é possível crescer. Parece tudo muito simples, se tiver princípios éticos e morais e crença em Deus.
Mas o que tem a ver com tudo isto a iniciativa privada. Tudo. Uma casa que é construída, seja na periferia ou no bairro mais elegante, é fruto de alguém do povo. A instalação de uma empresa de pequeno ou grande porte. A geração de empregos daí decorrente e o desencadear da atividade produtiva.
Basta passear por Presidente Venceslau para sentir o quanto nestes últimos 10 anos a iniciativa privada fez pela cidade. Novas casas humildes ou suntuosas foram reformadas e edificadas. O comércio aumentou. Novos estabelecimentos foram edificados. A cidade já ganhou dois supermercados e tem mais dois hiper em construção. O prédio da Faculdade é um cartão postal. A família Matsuura construiu vários prédios para abrigar bancos e repartições públicas. É a iniciativa privada em plena atividade, gerando progresso e desenvolvimento. Pagando os mais pesados impostos do planeta.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

INICIATIVA COMUNITÁRIA

O que está faltando aos políticos de plantão, a socióloga Prof.Maria Ângela Dìncao fêz. Entregou ao governador José Serra no Palácio dos Bandeirantes uma pauta de reinvidicações para o município e região. Se, vai ser atendida, não se sabe. Mas teve a iniciativa e a coragem de ir até o máximo mandatário paulista para bradar pela solução de problemas que são de toda comunidade. Iniciativa louvável que deve servir de exemplo. Alguns poderão objetar que a socióloga tem filiação partidária e pretende ingressar na política. Se assim for, também é saudável. Preparada intelectualmente ela é.
Presidente Venceslau precisa alavancar seus valores comunitários. Temos na comunidade pessoas preparadas e que estão omissas, no ostracismo. Permitem com esta passividade, a assunção a cargos importantes daqueles que apesar da boa vontade não tem qualificação e competência para executar certas funções.
Acreditamos que está chegando a hora de uma revoada geral de todas as forças vivas da comunidade. Há de se lutar pelos propósitos e objetivos comunitários. Somente a união faz a força. Sentimos que o modelo de governo instalado a mais de 10 anos é improdutivo, ineficiente e inócuo. Nada acrescentou ao progresso municipal. Pelo contrário. A comunidade diminuiu perdendo população, posições no ranking regional e órgãos públicos. A iniciativa privada é que tem mantido o crescimento urbano.
Daí a satisfação com a iniciativa da Maria Ângela. Se o primeiro dos seus pleitos for atendido, - a criação da Universidade Livre em ciência e tecnologia – no prédio do antigo CEFAM, já terá valido a pena. A desativação do CEFAM é um dos maiores erros do "alkmismo" no estado de São Paulo. Quércia acertou e Alckmin errou. A construção e instalação da escola de formação no Magistério foi uma conquista da dupla Tufi-Inocêncio e trazia alunos de toda região. Como o governo pode fechar uma escola de grande alcance sócio-educacional?
Pretendem alojar a polícia civil naquela área que está retirada do centro da cidade. A seccional esta bem instalada. O 1o.e 2o. DPs funcionam há longos anos em seus prédios. Ate para comodidade da populacao deveriam permanecer nos mesmos locais. Uma sugestao.
A professora ainda pautou a instalacao de um Hospital Regional de 80 a 1OO leitos e a compra do Casarao que foi tombado pelo Condephaat . O mesmo que tem sido alvo de polemica na comunidade e que a SACEA esta lutando para adquiri-lo. O casarão foi do pioneiro Dr.Álvaro Coelho e poderá ser restaurado e nele instalado a Casa de Cultura e Historia e a Associa;’ao Venceslauense de Letras.
Uma iniciativa ousada e arrojada que repercute na cidade. Vale lembrar que o Estado deve muito ao município. Aqui instalou dois presídios e tem de alguma forma que compensar a populacao pela intranqüilidade e aumento da criminalidade verificadas nos ultimos anos.Estamos otimistas em ver que nossas forcas vivas estao se movimentando, criando novas expectativas para nosso futuro. Temos que despertar da letargia petista dos últimos 10 anos.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O PREÇO DA ARROBA DO BOI

Cantada em verso e prosa como uma das maiores regiões produtoras de gado de corte, o Pontal do Paranapanema vê reduzida a capacidade produtiva. As invasões de terra geraram a primeira instabilidade social. Os investimentos feitos e que eram destruídos a golpes de machados, foices e facões desapareceram. As invasões que eram ignoradas pelo ex-governador Montoro, que teve em Covas um fiel seguidor, foram o primeiro passo para desestabilizar a produção.
Reforma agrária não se faz com invasões, destruições, conflitos sociais, capitaneadas por lideranças que procuram se aproveitar da vontade de quem quer ter um pedaço de terra. Reforma agrária se faz com compras de terra, com planejamento agrícola, com seleção de quem é da roça, com apoio de infra-estrutura para os que foram contemplados com um pedaço de terra não fiquem jogados e abandonados no meio do mato.
Infelizmente foi isto que aconteceu na região, que tem o maior número de hectares destinados a tal fim e vê os “assentados” em condições sub-humanas, repetindo os “pioneiros”, cujos herdeiros ou compradores de suas terras são chamados de “grileiros” por uma intelectualidade que só sabe o que é um produto agrícola quando experimenta o seu sabor no prato de comida. Nunca produziram qualquer tipo de alimento para matar a própria fome.
Com o boi a receita é a mesma. Quem tem boi é rico. É fazendeiro, é poderoso. É usurpador. É aproveitador. Enfim, é tudo de ruim... segundo boa parte da intelectualidade instalada nas universidades mantidas pelo dinheiro público.
De acordo com meu amigo Gaspar, especialista em comercializar gado magro e gordo, em 2003, com uma arroba de boi se comprava 49 litros de óleo diesel. Hoje, mesmo com o boi a 70 reais, que os frigoríficos estão querendo baixar o preço, se compram 31,6 litros. Há uma defasagem enorme. O diesel é usado pelas máquinas agrícolas. Em 2003, quando a arroba chegou a 63 reais, o preço caiu em 2008 para 48 reais. Daí, muita gente foi para a cana, sem alternativa.
Ao contrário da indústria o pecuarista não determina o preço do seu produto. Fica à mercê dos frigoríficos que utilizam toda sorte de artimanhas para comprar por menos. Sem contar os mistérios que uma balança frigorífica esconde e que nunca ninguém conseguiu desvendar.
O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. Manda para o exterior 25% do que produz. O restante é consumido no mercado nacional. Os brasileiros devem ficar atentos. Os preços vão subir. O abate de matrizes sem nenhum controle vai forçar a alta. Aquele saboroso e gostoso churrasquinho de final de semana pode ficar ameaçado.

Clóvis Moré
Jornalista Profissional

sábado, 26 de janeiro de 2008

O APOIO DO GOVERNO ESTADUAL

No primeiro artigo desta série escrevi – “para governar um município o prefeito precisa de apoio dos escalões superiores: dos governos federal e estadual”. Presidente Venceslau tem se ressentido nos últimos mandatos da falta de ajuda. Apesar do partido do atual prefeito ser do governo federal, muito pouco tem sido divulgado”.
Nesta afirmação ficou claro que, em 10 anos de governo do PT o nosso município praticamente nada recebeu. A não ser a nomeação de assessores à distância, que recebem de Brasília. São benefícios pagos à profissionais da política.
Justifico a volta ao assunto, lembrando um velho adágio - “o tempo é o senhor da razão”.
O governador José Serra anunciou neste final de semana, em Assis, a desapropriação do Hospital Universitário de Presidente Prudente. Em dimensões físicas o maior da região e em condições de atender a uma demanda enorme de pacientes.
Será ainda mais do que é um hospital regional para todas as classes da população, seja rica ou pobre. O HU é um orgulho regional, nascido do vanguardismo e da capacidade de realização de Agripino Lima. O governador vai seguir o caminho legal da utilidade pública e da desapropriação, discutindo os valores na justiça.
E o mais importante. O hospital continuará ligado a UNOESTE dando suporte aos novos profissionais que sairão das faculdades ligadas à saúde. Será ao mesmo tempo útil à população, contribuindo com pesquisas e o aprofundamento de conhecimento de novos formandos nas mais diversas e evoluídas áreas da medicina. Não só da região como de todo país. Terá o apoio do governo estadual.
Vale lembrar que o atual prefeito de Presidente Prudente, Biancardi, é do PSDB, onde ingressou há pouco tempo. Manteve contatos com Bragato e Ed Thomas, que são da base aliada do governador na Assembléia, o que facilitou e agilizou a decisão do governador.
Aqui em Presidente Venceslau continuamos com a nossa Santa Casa em dificuldades. Apesar dos esforços da nova administração, está difícil de reconquistar a confiança da população. É necessário muito mais para que a Santa Casa volte a ser o que foi no passado. Um hospital de caráter regional e que atenda a todos que precisam.
Há necessidade de acertar a situação financeira, os encargos devidos, o reaparelhamento do equipamento, a contratação de mais médicos e o oferecimento de mais prestação de serviços ligados à saúde.
Para tanto o apoio dos políticos ligados ao governo estadual é fundamental para que possam abrir as portas ao prefeito, que tem dado a sua parcela de colaboração, mesmo contando com a incompreensão de alguns companheiros, que parecem torcer para que ele não acerte. As suas atitudes em relação ao seu antecessor têm sido mais positivas e impediram o locaute.
Sem querer menosprezar quem nos criticou, podemos dizer que nosso comentário tinha um objetivo médico-social e não antecipou nenhum debate político. A desinformação não era minha e sim daqueles que sabem pedir votos para o povo e depois se esquecem de suas obrigações. Reafirmo: são rápidos na oratória e lerdos na administração.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

TURISMO – UM SONHO

Dizem que quem não tem sonho não vive. 0s devaneios fazem parte da nossa existência. Buscamos na imaginação aquilo que está distante. Muitas vezes, impossível. Vamos sonhar, exercitando nosso cérebro. Não paga imposto. Dizem que todos nós temos na existência terrena um rol daquilo que realizamos. Somos reféns desta prestação de contas. Vem conosco o saldo do que fizermos aqui na terra.
Bem vamos ao nosso sonho. De há muito tempo, queimo pensamentos buscando algo que possa ajudar a promover o desenvolvimento regional. É bom esclarecer – algo que possa ajudar – e não resolver. No Turismo o sonho encontrou apoio.
Raciocinemos – De Presidente Prudente a Presidente Epitácio, a chamada Alta Sorocabana, existem 8 municípios, interligados por pouco mais de 100 quilômetros de ferrovia. Funcionando precariamente. As bucólicas e saudosas estações estão quase todas destruídas. Algumas com aproveitamento em outras finalidades, sem a manutenção necessária.
Nas cidades onde o crescimento foi maior, as “linhas de trem” são verdadeiros entulhos. Tomemos o exemplo de Pres. Venceslau. Área central da cidade, desurbanizada, cheia de mato, sem cuidado algum. Restam velhas casas de madeira que poderiam ser restauradas.
Daí o sonho, que não pode ser encarado como utopia, porque é possível. Serão eleitos novos prefeitos em outubro. Independente do resultado das eleições, poder-se-ia, estabelecer uma pauta, na qual constasse o tema “Transformação da Alta Sorocabana em Terminal Turístico”
0s recursos naturais, temos todos. O trem de passageiros voltando a circular entre Pres.Prudente a Pres.Epitácio em horários favoráveis para um passeio, com paradas pré-determinadas. Um amplo estudo envolvendo técnicos em turismo, engenharia para as obras de arte, a participação efetiva do governo estadual com a Secretaria de Esportes e Turismo, dos deputados para reivindicar, dos novos prefeitos e da iniciativa privada que seria a grande beneficiária.
Acreditamos que toda a extensão servida pela ferrovia seria contemplada, com a ativação do trecho de finalidade turística.
Coloquem a imaginação no mundo dos sonhos e vejam quantas alternativas seriam possíveis, com a volta do velho trem. Um amplo trabalho poderia ser feito em cada município pela prefeitura e no final, levado ao governo estadual para sua execução.
Proprietários rurais pelas suas associações poderiam estabelecer pontos de parada e de visitas, tornando o passeio inesquecível.
Quantas pessoas já adultas, nunca andaram de trem e gostariam de fazê-lo. O turismo é a maior indústria da modernidade, devido à vida urbanizada que a globalização estabeleceu.
É uma empreitada difícil proposta por um sonhador. Se houver boa vontade dos que forem eleitos, poderá ser realidade. Inocêncio Erbella quando esteve Secretário de Esportes e Turismo, conseguiu transformar Presidente Epitácio em Estância Turística. Que tal Major Olímpio, Dr. Talmir, Bragato e Ed Thomas, criarmos este corredor turístico? Será uma forma do governo do Estado nos recompensar pelos inúmeros presídios que instalou na região tirando a nossa tranqüilidade.
Clóvis More
Jornalista profissional

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

P O L Í C I A M I L I T A R

A segurança pública é tema de constante preocupação. Autoridades e povo elegem o assunto como um dos mais importantes do país. Ocupa a mídia e faz a maior parte do noticiário. O Brasil vive dias de insegurança dado o aumento da criminalidade, que cresce ano a ano, aumentando as estatísticas relacionadas ao crime.
No Estado de São Paulo, especificamente, por ser o maior da federação e ter a mais população, o contingente que atua na área de segurança é grande. O atual governador José Serra, divulgou números, contestados pela oposição, que a criminalidade está caindo. Preocupa-se com a eficiência das polícias civil e militar. Cobra de seus comandantes uma ação que possa reverter em maior tranqüilidade para o povo paulista.
A polícia civil desenvolve um trabalho de investigação e burocrático, que se prende à discrição nos atos investigatórios e no atendimento nas repartições em que está sediada. Talvez sua atuação não seja tão observada pela população apesar da eficiência com que é desenvolvida.
Cabe à Polícia Militar, o policiamento ostensivo e que por isso dá maior visibilidade ao seu trabalho e a expõe a um contato maior com o povo. Há vários anos, a gloriosa polícia militar, vem prestando relevantes e inestimáveis serviços à população, coadjuvada pelos bombeiros que pertencem à mesma corporação. Os atos de heroísmo e de bravura destes homens, fazem a galeria de honra, ser pontilhada de nomes que dignificam e enaltecem o bom nome da corporação.
Presidente Venceslau, que sedia o 42º.Batalhão e a 1ª e a 2ª companhias, tem pela sua polícia militar uma especial atenção e sente em suas ações a confiança necessária para ter segurança e tranqüilidade.
Mas como em tudo há exceções, integrante desta corporação tem conseguido ao longo dos anos, criar uma antipatia quase geral entre a população. Com atuação voltada para a indústria da multa, não atende a nenhum apelo do cidadão que está sendo punido. Faz ouvidos moucos e usa a caneta, como se fosse o único dono da verdade. Parece não existir bom senso na atuação deste policial, que dá a impressão de sentir prazer em multar.
Fui uma das pessoas punidas por este policial militar, que parece se esquecer que ele é humano e do povo, como nós simples mortais. Não vou relatar o ocorrido por não querer abusar do direito de ser jornalista. Só posso dizer que no momento estava com um problema de saúde na família.
Entretanto, como tudo na vida há uma reciprocidade, com pouco mais de 8 dias do ocorrido, fui novamente abordado por outros dois soldados, Uma policial feminina de nome Yolanda acompanhada pelo PM Teotônio que me trataram com a maior urbanidade possível e conseguiram desfazer da minha mente a péssima lembrança do constrangedor episódio anterior.
Cabe ao leitor o julgamento. Será que nós, o povo, que precisamos da atenção, da guarda, da proteção e orientação da polícia, queremos ser punidos, multados,sem direito ao diálogo ?
Clóvis Moré

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A NOVELA DA CDHU

Volta a ser manchete de jornal. Mutirantes do Conjunto Habitacional Watanabe, com razão, “estão revoltados”. Há tempos atrás, este jornal fez eco à reclamação das mulheres que trabalhavam como “peões” na obra. Fizemos comentários a respeito, que foram ignorados pelas autoridades. Ninguém se pronunciou. Amassavam barro para fazer a argamassa e carregavam pesados baldes, como serventes para os pedreiros. Ninguém se condoeu. Estivemos no local e notamos que as pessoas tinham medo de falar. Temiam perseguições e de perder suas “casinhas”.
Estourou o escândalo das propinas e o Watanabe estava entre os conjuntos envolvidos. Com um agravante. Denúncia de funcionária da empreiteira que depois, inexplicavelmente, se desmentiu. Ela havia afirmado “que uma pessoa se passando por agente político de Presidente Venceslau esteve na empresa e recebeu R$ 30 mil”. O atual prefeito se justificou, dizendo que não era ele, mas, até agora não deu mais satisfações. Parece ter esquecido do ocorrido.
O grupo que esteve na Prefeitura, entregando abaixo assinado reclama “da espera pela liberação das casas, do abandono da obra”. Os imóveis têm sofrido com a deterioração pelo tempo, de vandalismo e até de furto de material”. Os mutirantes enfatizaram que “as obras foram suspensas quando a maior parte das casas estavam em fase de acabamento”. É comovente a declaração de uma senhora - “ficamos dois meses aqui plantados como coqueiro, cumprindo o dia de serviço na obra, sem que tivesse material. Esses dias perdidos ninguém informa como serão ressarcidos. Moro de aluguel, fiquei com problemas de saúde e agora estou desempregada. Gostaria que houvesse uma solução mais rápida para o problema”.
Será que tais declarações não sensibilizam o governador, o secretário de habitação, a diretoria da CDHU, o prefeito municipal, os vereadores, a Justiça? O governador José Serra diz que seu governo “é serio e transparente”. Deveria mandar a secretaria de Habitação e a CDHU resolverem o problema. Ao prefeito e vereadores, independente da cor partidária, cabe uma união para cobrar soluções urgentes. Casos de tal natureza dependem de ação política, de trabalho junto aos órgãos competentes, sobre tudo de vontade. Há de se gestionar incansavelmente para que estas pessoas não fiquem sendo prejudicadas. À justiça, deve haver mais agilidade para que os caminhos legais possam ser percorridos. Toda região sabe que “é um caso de polícia”, envolvendo políticos, dono de empreiteira e favorecimentos com propina como o caso dos 30 mil, que teriam sido dados a um agente político local. Além do assalto ao dinheiro do povo, existe este descalabro, com o abandono das obras, sem que exista alguém do poder público para guardar o patrimônio físico tão duramente edificado pelos mutirantes.
Esperamos providências, na expectativa de que elas sejam urgentes. Quem trabalha e derrama o suor do seu rosto não pode ser ignorado e ter os seus direitos postergados.

Clovis More
Jornalista Profissional

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

RECORDAR É VIVER

Os leitores tomaram conhecimento do artigo ontem publicado, “José Dirceu lembrou que não esquece”. Lembrei do ditado popular “o tempo é o senhor da razão”. Nada mais escabroso, ao lado de outras publicações feitas pela grande imprensa, do que os fatos relatados no texto. É uma demonstração do que o PT tem feito para o Brasil. Alguém ainda tem coragem de defender estas ações, como fizeram recentemente dois polí-ticos de destaque em Presidente Venceslau.
Será que, depois da leitura do que foi escrito, não enrubecem e fazem reflexões sobre este tipo de ação, tão vergonhosa e que demonstram o valor moral dos que são citados ? Para quem sempre pregou ética, moralidade, transparência, aquelas linhas devem ser preocupantes, em uma auto-análise da linha partidária que sempre defen-deram. Feliz, sem saber, foi o Mestre Tota. Analise, nobre vereador...
Recordar é viver. Vi neste jornal, no final de semana que a professora Giuliana Baldon foi reconduzida ao cargo de Presidente da APAE. Que pessoa extraordinária. Dedicação aos seus próximos. As crianças da entidade. Cheia de planos.
O que já realizou é maravilhoso. Espera fazer muito mais. Com simplicidade. Humildade e boa vontade. Lembro do velho Virgilio Baldon. Na Churrascaria Italiana, hoje do Elder, nos aturava. Giuliana pequena, estava sempre por lá. Honra sua mãe e seu pai, com este trabalho maravilhoso.
É o fruto do trabalho de uma família, honrada, honesta, trabalhadora, participante da vida comunitária. Um passado que orgulha Presidente Venceslau e aqueles que aqui plantaram as sementes do amor à terra. Giuliana é uma representante moderna de um passado de quem acreditou em Presidente Venceslau. Nossos parabéns à Presidente da APAE, que merece o apoio de todos.
Vejo com satisfação recordando e vivendo, que uma das mais belas casas de Presidente Venceslau foi reformada. Fica na esquina da Princesa Isabel com a Floriano Peixoto. A casa da família Roque Ramos. Um dos monumentos arquitetônicos de Presidente Venceslau, nos anos 50. Imponente, bonita. Uma as primeiras com andar. Está de roupa nova.
Volta ao deslumbramento do passado, quando foi construída e admirada. E o mais importante. È da família Ramos. Não foi vendida. O Dr. João Ramos, patrimônio da medicina venceslauense é o seu proprietário. Filho de Roque Ramos e de notória militância na saúde local, considerado exímio médico operador, é um venceslauense nato. Que ama esta terra e no seu trabalho discreto e eficiente, presta há longos anos com sua esposa doutora Aparecida, inestimáveis serviços à população. E quem está morando na casa. Seu filho Max. Comerciante, que fala abertamente que agora está feliz, por habitar a casa que foi dos seus avós. Valores que temos que enaltecer e preservar. Valores da família.
Fica claro e evidente que estes são realmente, motivos de satisfação, que nos inspiram e fazem acreditar que toda sujeira que está aparecendo será varrida do nosso país, dando lugar a uma sociedade comunitária, que guarda seus valores e sabe que a família é a fonte preservadora da sociedade.

Clóvis Moré
Jornalista Profissional

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

DOUTOR KANASHIRO

A família Kanashiro da colônia nipônica de Pres.Venceslau, é uma das mais tradicionais. O falecimento do dr. Joaquim Seijei Kanashiro, neste início de ano, trouxe consternação geral. Os mais antigos lembram do chefe do clã, o velho Kanashiro que tinha um açougue na confluência da Tenente Osvaldo Barbosa com a avenida João Pessoa.
Na lembrança também a Dona Maria, que juntamente com ele, servia aos seus clientes, entre os quais se incluía a minha família. Quantas vezes, o apressado açougueiro, com voz grave e incompreensível, perguntava – qual a carne ? – e a cortava rapidamente, jogando na balança de gancho e como em um passe de mágica,passava em um papel branco e a embrulhava com um velho jornal.
Gritava o peso e dona Maria marcava na velha cadernetinha, que a gente trazia suada e amarrotada de casa, com recomendações expressas para não perde-la. Foi assim que o velho pai custeou os estudos de Medicina do seu filho. Entre uma traquinagem e outra, ouvíamos comentário de que “o filho do Kanashiro está para se formar e virá para Pres. Venceslau”.
E, assim, foi feito. Joaquim Kanashiro, jovem e simpático, vestido de branco, chegou a Presidente Venceslau. Radiante, expansivo, sempre com um sorriso, nem parecia um médico. Começou a trabalhar e rapidamente conquistou sua clientela e um lugar permanente dentro da sociedade local.
Casou nas tradições nipônicas, teve filhos e nunca saiu de Pres. Venceslau. Participação comunitária em favor dos menos favorecidos. Teve vida pública como diretor da divisão de saúde, sempre procurando a conciliação e a união.
Uma vida dentro dos padrões morais, éticos, sem qualquer mácula. Um exemplo para os mais jovens e um orgulho para os seus amigos, entre os quais creio poder ser incluído. Parte aos 70 anos, deixando na mente daqueles que foram beneficiados pelos seus conhecimentos, uma imagem de alegria, boa vontade e companheirismo. Não era só um médico. Era um amigo. Sempre pronto e com o sorriso do qual não esqueceremos jamais.