quinta-feira, 31 de julho de 2008

OS SINOS TOCAM

Sempre procurei omitir menções que destacasse o lado pessoal. Entretanto, neste domingo, vou fazer uma citação, e explico porque. Não pretendo ser cabotino, mas devido a críticas feitas ao Poder Legislativo recentemente, me sinto na obrigação de agradecer a manifestação feita por 7 vereadores.
Recebi da Câmara Municipal com data de 11 de julho de 2.008, um requerimento de no. 222/2008, transmitindo votos de congratulações e louvor. Faz menção aos 37 anos de vida em comum vividos com a Maria Luiza minha esposa.
O requerimento é de autoria do vereador Ademir Souza da Silva, o mestre Tota e foi aprovado por unanimidade, a qual agradeço.
Diz em seu principal tópico o seguinte : “ considerando que o casal mencionado demonstra felicidade de um amor construído no dia a dia com base em um esforço solidário e comum que se nota cada vez mais raro atualmente, visto que nem todos os casais são capazes de enfrentar com tal esperança e dignidade as dificuldades que surgem ao longo de uma convivência, enfim exerceu o amor em sua forma mais pura e bela, portanto, pode ser considerado um belo exemplo a ser seguido por todos”.
Realmente um texto que nos comoveu, a mim e a Maria Luiza, filhas, netos e genros e todos os outros membros das famílias Moré e Scarcelli.
Estamos juntos há 37 anos. Aqui nascemos, crescemos, estudamos, casamos, moramos, criamos nossos filhos e estamos vendo crescer nossos netos.
Uma infinidade de outros casais, têm a mesma felicidade. Nesta singela homenagem, queremos ressaltar que muitos outros também a merecem. Lembramos de muitos, que pelo risco da omissão, e pela escassez do espaço não podemos citar.
A família é realmente a maior das instituições. Nela é que nasce todo o sentido da nossa existência. Um casamento abençoado por Deus, deve sempre procurar a harmonia e a paz para manter o amor. Este fica cada vez maior com a chegada dos filhos.
Neste espaço que ocupamos há 37 anos na avenida João Pessoa nos sentimos privilegiados. Estamos no meio do caminho das duas Igrejas – Nossa Senhora de Fátima onde casamos e Santo Antonio onde casaram nossas filhas. Daí o título de nosso copmentários.
Há poucos dias os sinos das duas Igrejas voltaram a tocar. Graças ao trabalho extraordinário dos padres Jaylton e Wilson, que unindo a comunidade conseguiram reconstruir os dois templos que ficaram maravilhosos.
E os sinos voltaram a tocar, timbrando no ar o tinido suave e agradável de que os templos recebem os fiéis que acreditam em Deus. E lembram as horas. Às vezes com nitidez impressionante, parecendo que estão dentro de casa. Costumo dizer quando isto acontece que a “chuva está próxima”
Os sinos lembram os anjos. São alvissareiros.Têm um toque divino.
O ribombar nos traz profundas lembranças. Mexem com as emoções. Exprimem o aviso divino de que o templo está ali nos esperando. Para orar, para reunir a família. Para o nosso conforto. Deus instituiu o casamento. A união entre o homem e a mulher para a perpetuação da espécie. Muito obrigado a todos que sabem manter o que Deus uniu.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

quarta-feira, 23 de julho de 2008

“O ÚLTIMO DOS COMUNISTAS “

Quando era criança na rua Ararigbóia, ouvia dos mais velhos, histórias a respeito dos comunistas. Falava-se muito, que eles queriam o poder para cometer muitas barbaridades contra a população. Talvez, fruto do fracasso da Intentona de 1.935. Naqueles tempos das décadas de 50 e 60, o velho Nico Moré, era um janista fanático, mas pouco se importava com os comunistas. Achava que Jânio Quadros iria endireitar o Brasil.
Dos “perigos” dos comunistas se ouvia falar muito pelas ruas e na escola. Naquela época nós estudávamos no Ginásio Estadual no prédio hoje ocupado pela Escoteco e que também era o Colégio Comercial no período noturno.
Ali por perto, por coincidência morava um “comunista”. Entre a garotada corria a informação de que ele tinha muitas armas. Meio assustado fiquei sabendo que era o Roberto Sponton. Quando ia à escola, via sempre entrar na velha casa de madeira, um “baixinho”, que a gurizada chamava também de “comunista”.
Com o correr dos tempos fomos conhecendo os filhos do “comunista” ...O “Loyo”, a Lucimara, a Lucey e a Lucieide. O primeiro, filho mais velho foi nosso colega de escola. De vez em quando, com a eclosão do movimento de 1.964, sabíamos que o “velho Sponton” era convocado para ir a São Paulo por causa de sua ideologia. Nunca fez mal à ninguém. Nunca deu um tiro contra o regime. A não ser para experimentar as armas que arrumava.
Mais tarde a Lucieide começou a namorar o Moacyr, advindo o casamento. O Moacyr sempre expansivo na Rádio AM, contava com estardalhaço que ouvia com o sogro a Rádio de Moscou e que às vezes chegavam jornais da Rússia.
E aquele “baixinho” estava sempre lá com o “seu” Roberto. Já moço, conheci o “baixinho”. Era o Amaro. Conversador, irrequieto, passos curtos e ligeiros, defendia como ninguém a ideologia do “Partidão” como era chamado o Partido Comunista. Falava que logo chegariam ao poder, para combater aos latifundiários e fazer a reforma agrária, dando terra aos trabalhadores.
Também, apesar da verbalização às vezes exagerada, nunca deu um tiro, cortou cerca ou invadiu terra de ninguém. Era um idealista. Não escondia o que pensava. Não era enrustido. Fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau. Procurava sempre o acordo entre as partes. Nos anos que esteve à frente do Sindicato granjeou a simpatia dos patrões e nesta segunda-feira ouvi três fazendeiros lamentando a sua morte.
Pasmem... morreu sem estar aposentado. Ficou nos últimos anos no Sindicato e não cuidou da sua própria aposentadoria. Centenas de trabalhadores rurais foram aposentados graças à sua interferência.
Amaro Umbelino de Barros, fundador do PC do B em Presidente Venceslau foi assim. Um comunista – uma pessoa comum, simples humilde, pequena no tamanho, mas grande nas idéias, apesar da pouca cultura.
Daí o nosso título “O ULTIMO DOS COMUNISTAS”, sem rancor, sem vaidade, sem personalismo. Um venceslauense, que amava esta terra como ninguém e que tinha um ideal: um mundo onde todos fossem comuns, ou seja: iguais. Descanse em paz.
Clóvis Moré

Jornalista Profissional -

“ME ENGANA QUE EU GOSTO !”

Alguns podem estranhar os últimos títulos de nossos artigos. No domingo passado - “quem te viu, quem te vê”- fazendo alusão a acordos políticos antes impensáveis na política local. Unindo em coligação a “direita conservadora, reacionária, e a esquerda festiva”. Um espetáculo digno de protagonistas intitulados de “oportunistas de plantão” por um eminente político local.
Este espetáculo está apenas começando. Estamos assistindo aos primeiros capítulos. Fica claro, a qualquer observador o que virá daqui pra frente. É de se prever um deslumbramento entre os novos companheiros políticos. Troca de elogios, de reminiscências e de tudo que é possível ser verbalizado para justificar os acordos.
O que era defeito vai virar virtude. O errado será certo. O negativo, positivo. A virtuose das novas companhias terá adjetivos qualificativos de estirpe a colocar em destaque, o que antes era motivo de desprezo e desqualificação. Vai ser divertido ver juntos em campanha quem antes tanto se criticavam.
Uma novela com roteiro definido e cujos capítulos serão desenrolados para mais uma vez tentar iludir aos telespectadores. Alguém fará o papel de mocinho, de vítima, de perseguido, de injustiçado. Uma representação em que atores desgastados pelas críticas de campanhas passadas, terão que desempenhar papéis difíceis de serem protagonizados.
Tal espetáculo vai demandar muito esforço para esconder certo desconforto, devido aos novos figurantes. Um roteiro difícil de ser cumprido, mas que os atores, auto-suficientes na arte de representar, certamente acreditam que vão conseguir platéia suficiente.
Dizem que “o vinho quanto mais velho é melhor de ser tomado”.
Há de se supor que este ditado esteja na idéia de alguns dos protagonistas. Apesar de que há entre eles alguém que para fazer jogo de cena, diz “detestar figuras do passado”. Agora, a elas se junta. Será que por conveniência?
Daí o nosso título. Um jargão popular. “Me engana que eu gosto”. Está evidente e todos sabem que ninguém gosta de ser enganado. Pode até fingir que aceita, para sentir até onde vai a desfaçatez e a mentira que está sendo pregada naquele momento.
Estamos passando por uma época de profundas transformações na sociedade brasileira. A celeridade das comunicações, a força da imprensa, a troca de idéias, fazem com que os fatos se transformem em notícias que ganham as ruas com rapidez.
Dizem que o povo tem memória curta. Não é bem assim. O povo tem a sabedoria de distinguir aquilo que não condiz com a realidade. As atitudes políticas são observadas com espírito crítico pela população. Todos sabem que o futuro de cada um depende da atitude destes que buscam o voto popular.
O julgamento político através do voto popular passa obrigatoriamente pelas atitudes e posicionamentos adotados anteriormente. O povo não gosta de fingimento. De traições. De barganhas políticas. Em dado momento, na pré-campanha pode até ignorar certas atitudes. Mas, na hora da verdade, do voto, tudo é analisado. Afinal, o voto é a única arma para afastar os mistificadores e aproveitadores.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

Não raro, temos políticos locais criticando o passado. Como se alguém que teve atividades políticas há tempos tivesse obrigatoriamente ficha suja. Ao observarmos o currículo dos críticos, observamos que têm mais de 20 anos de atividade política eleitoral. Um fato que tem que ser analisado e observado à luz da realidade atual.
As coligações partidárias que estão sendo registradas na Justiça Eleitoral oferecem subsídios para obtermos dados que nos fazem raciocinar. Alguns críticos contumazes de figuras políticas do passado a elas se juntaram em ligações antes impensáveis. Fizeram campanhas passadas recheadas de críticas, em sua maioria com adjetivos pejorativos e agora se juntam.
Deve o eleitor se perguntar: Será que o que não servia antes como companheiro agora serve? Alianças tidas como impossíveis aparecem nas siglas partidárias apresentadas para registro eleitoral. Há um partido de um ex-governador, tido como companheiro indesejável, motivo de pesadas críticas por ser conservador e de direita, que faz coligação com um partido tido como de esquerda.
Em municípios como o nosso, onde todo mundo se conhece, estas alianças trazem muitas indagações. Sobre o assunto um comentário feito no Jornal “O Estado de São Paulo” sessão Aliás J5 – com o título “ Presidencialismo de transação” é muito sugestivo.
Diz: “No Brasil temos um presidencialismo de novo tipo, um presidencialismo de transação. Transações caras, à custa do tesouro público. A desfaçatez é tão grande, que tudo é feito às claras. Se antigamente a negociação para obter apoio político era realizada clandestinamente, hoje a transação é pública.”
Continua – “O exemplo que vem de Brasília acaba contaminando Estados e municípios. As alianças políticas também são estabelecidas por essa lógica perversa, que antecede até a vitória eleitoral. A imprensa noticiou fartamente os acordos para a eleição municipal deste ano e o centro da discussão foi o tempo na televisão”.
Vai mais além: “Não houve um partido que ao estabelecer uma aliança tenha discutido alguma questão programática. Nada disso. Os partidos, que têm proprietários, especialmente os menores, comercializaram o tempo de televisão, trocando por eventuais favores após a vitória e por apoio financeiro aos seus candidatos (os famosos gastos não contabilizados). As alianças políticas não são estabelecidas com base programática”.
É bom lembrar que Presidente Venceslau não conta o tempo de televisão e sim de rádio.
O eleitor que a cada dia se torna mais observador e atento à cena política pode, em um exercício de raciocínio, descobrir no quadro partidário local quem são estes “oportunistas de plantão” como definiu recentemente um importante político local.
Estas figuras manjadas dentro da política local e regional são que devem receber o repúdio do eleitorado não sufragando seus nomes nas próximas eleições. O eleitor deve pensar “quem te viu e quem te vê”.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

ACADEMIA VENCESLAUENSE DE LETRAS

A posse dos 30 membros da Academia Venceslauense de Letras – AVL – teve uma cerimônia simples e singela. Queria ser um poeta para descrever em verso e prosa aqueles momentos de pura emoção. Não sou capaz. Sou um simples jornalista. Como narrador de notícias, vou tentar sintetizar o que aconteceu no salão de festas da Cristina.
Uma noite que teve a marca da personalidade do idealizador da academia, Inocêncio Erbella. Nada de pompa. Até o sistema de som era do tipo antigo. Apenas uma caixa de som com um amplificador. O púlpito, emprestado, tinha uma foto do nosso querido Mirante como ilustração.
Cheguei um pouco antes. Um hábito herdado dos meus tempos de repórter da querida Rádio Presidente Venceslau, para ver como estava o som e ajudar na preparação de pequenos detalhes para o uso do microfone. Estava tudo pronto.
Pela arrumação das mesas podíamos sentir que a solenidade seria em um ambiente familiar. De congraçamento. Afinal, este é o espírito pelo qual a academia foi criada. Como a casa de cada um. O lar de cada família. De união, de fraternidade, de amizade, de trocas de idéias, de bate-papos. Enfim, um aconchego.
Músicas do “rei” orquestradas, executadas pelo seu admirável maestro, irradiavam um fundo musical de encantamento. Tudo com simplicidade. Assim foi o início da sessão com a formação da mesa, enriquecida por representantes de academias do Mato Grosso do Sul.
O apresentador de Presidente Venceslau, com a sua bela voz, compôs a mesa principal sob a Presidência do Acadêmico Aldir Soriano, que abrindo a sessão foi o primeiro a ser empossado. Como todos fizeram posteriormente apresentou o seu patrono.
Um fato foi marcante. A pluralidade revelada durante a posse pelos integrantes da Academia. Não houve repetições. Uma infinidade de pensamentos e ideologias desfilou perante os presentes. E a agradável e feliz constatação. Quanta cultura e inteligência habitam os lares de Presidente Venceslau. Tanta gente culta de grande saber e filosofia de vida, que foram externadas nos currículos e na apresentação dos patronos.
Patronos que foram exemplos notáveis de conhecimento, de sabedoria, de estilos de vida, de amor à democracia, às letras, à filosofia, ao empreendorismo e, sobretudo, de amor à Pátria. Cada um dos membros da academia buscou em seu patrono um exemplo de sua vida. Uma demonstração de valores subjetivos que encontraram naquele momento a oportunidade para serem expostos.
Os acadêmicos em sua maioria alquebrados pelo tempo, alguns chegando amparados ao púlpito, não escondiam a alegria e quando falavam transbordavam toda emoção contida no peito. Momentos inebriantes que revelaram toda a grandeza deste ser maravilhoso, que ó homem criado por Deus.
Uma noite feliz para todos. Inesquecível para nossos corações. De simplicidade e de grandeza. Quem escreve, por menor que seja a palavra ou a frase, sente que a inspiração vem de Deus. Flui pela alma. Chega ao papel por uma força invisível que nos guia o pensamento. A Academia Venceslauense de Letras, que terá outros ocupantes quando estes se forem, com certeza abrigará pessoas que amam as letras, a liberdade, a democracia, a união, o progresso, a fraternidade, a família, a sociedade, as religiões e, antes de tudo, Cristo o maior de todos os acadêmicos.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional

segunda-feira, 7 de julho de 2008

PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Começam neste domingo, pelo calendário eleitoral do TSE, as campanhas eleitorais. São milhares de municípios do país que vão, a partir de agora, conhecer as propostas dos candidatos à prefeito,vice e vereadores. Uma oportunidade para a população escolher através do voto aqueles que vão dirigir durante 4 anos os destinos das comunidades brasileiras.
Há de se ressaltar que é muito importante que o eleitor faça uma análise de cada candidato para escolher aqueles que realmente ofereçam confiabilidade nas propostas que apresentarem. Que tenham um currículo confiável. Que no passado distante ou recente foram pessoas sem máculas no comportamento social e público.
O passado das pessoas é a projeção do futuro. Temos que analisar em cada candidato a sua conduta anterior. Ela deve ser irretocável. Quem pede votos tem que apresentar aos seus eleitores um passado limpo. Se enganam aqueles que projetam o passado como algo distante e que se perdeu no tempo.
O passado é o dia, meses e anos anteriores.
É evidente que diante desta verdade o presente é o dia que estamos vivendo e também tem que ser reto, probo, sem traições, mentiras, armações e outras espécies de comportamento que não condizem com a figura do ser humano. O eleitor tem que exigir de cada político que pede o seu voto a projeção de uma figura limpa. Sem problemas morais e econômicos dentro da sociedade e da justiça. As ações do presente também representam a projeção do futuro.
E o que é o futuro. É o sonho da transformação dos nossos desejos em realidade. É tudo aquilo de bom que esperamos. É a nossa vontade interior materializada em atos pessoais, que tem uma variedade infinita de modos de ser e agir.
Especialmente para o político deve ser uma somatória do seu passado.
Como vai pedir votos no presente, se no passado os seus atos não foram condizentes com o que pretende no futuro.
Nos últimos meses a Justiça Eleitoral levantou o problema dos candidatos que têm problemas decorrentes de cargos exercidos anteriormente. Um amplo debate tem sido destaque na imprensa nacional sobre o direito ou não de disputarem as eleições. É mais um instrumento à disposição do eleitor que poderá oficialmente comprovar quem não cumpriu com as regras do seu mandato e volta a pedir votos.
Daí a importância deste período que estamos iniciando. A população tem que se ater a este detalhe de observar a vida pregressa de cada candidato e analisar o que foi a vida pessoal e política destes cidadãos que a partir de agora passarão a bater nas portas para pedir votos.
Não podemos esquecer que o voto é a única arma que o cidadão tem para mudar os rumos de sua própria vida. Daí a importância de se colocar nos cargos que serão disputados pessoas nas quais se pode confiar.
O voto é a essência da democracia.
Clóvis Moré
Jornalista Profissional